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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Biblioteca Mundial da Ciência


Recursos didáticos aplicáveis ao ensino de ciências são sempre necessários e bem-vindos. Por isso, é de se aplaudir a iniciativa da Unesco – a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) voltada para o desenvolvimento da educação, ciência e cultura –  de criar e disponibilizar na internet a Biblioteca Mundial da Ciência (Word Library of Science – WLOS). 

O objetivo principal é criar uma comunidade global de usuários interessados em ciência, que possam contribuir para o projeto e ‘alimentar-se’ dele.

Visite a biblioteca virtual e confira. O projeto ainda está em fase inicial (foi lançado nesta semana), mas já disponibiliza 25 livros (e-books), cerca de 300 artigos e mais de 70 vídeos e animações, que certamente vão interessar os apaixonados pela ciência e auxiliar professores e alunos, principalmente, os do ensino médio.

Dê uma olhada especial nos vídeos e animações já disponíveis. São produções daNature Education, a divisão de educação daNature, grupo editorial que publica uma das mais importantes e consagradas revistas científicas. 

Entre eles, encontra-se, por exemplo, Betting on the cosmos (Apostando no cosmos), vídeo no qual os físicos Robert Betts Laughlin e David Jonathan Gross, ganhadores do Nobel de Física em 1998 e 2004, respectivamente, debatem o que teria acontecido logo após o Big Bang e discutem como testar as grandes ideias da física sobre o universo.

Leia mais em: http://cienciahoje.uol.com.br e/ou acesse a Biblioteca http://www.nature.com/wls


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Artista substitui tinta por chama de velas para criar desenhos impressionantes

Com muita criatividade, alguns artistas vão além dos pincéis e das esculturas, criando artes inovadoras, como o garoto que substitui tinta por sorvetes ou quem faz desenhos dentro de garrafas. Já Steven Spazuk faz do fogo seu fiel companheiro e matéria-prima, elaborando figuras impressionantes sobre o papel.

O desenho é formado a partir da fumaça de uma vela, que fica rente a superfície. Com suas técnicas impressionantes, o artista cria então peças únicas, marcadas pelo rastro do fogo, criando formas e estampas distintas que, às vezes, ficam em meio aos stencils com celebridades, como o ator Robert DeNiro ou a atriz Audrey Hepburn. Alguns desenhos ganham detalhes a partir de pincéis e penas de aves, usadas para carimbar certas áreas, e criando um padrão.

Spazuk iniciou sua carreira artística desenhando, passando pela aquarela e pintura acrílica. Em 2001 surgiu a ideia de controlar as sombras formadas pelo fogo. Em uma de suas séries, foram criadas pinturas fragmentadas a partir de diversos desenhos menores, posteriormente expostas às chamas.

Confira mais sobre esse trabalho nas fotos abaixo:
paintin-1

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Instituição usa o Whatsapp pra criar forma inovadora de contar histórias de ninar para crianças órfãs

Histórias de ninar são extremamente importantes no desenvolvimento da imaginação e da educação da criança. Essas histórias também ajudam a fortalecer o laço sentimental entre a criança e seus pais. Porém o que acontece quando falta um personagem?

Essa é a realidade que mais de 45 mil crianças e adolescentes vivem nos abrigos em todo o Brasil, de acordo com o levantamento de 2014 do Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos (CNCA). Além disso, de todo esse número, somente 15% é elegível para adoção, ou seja, mais de 38 mil crianças permanecem nestes abrigos sem nunca possuir a figura de um pai ou uma mãe.

Pensando nisso, a Casa da Criança Santo Amaro criou uma simples (mas genial) ideia para ajudar essas crianças a terem contato com figuras diferentes todas as noites. Através do projeto batizado “Mensagens de Ninar”, em parceria com a livraria infantil PanaPaná, e do uso do aplicativo de celular WhatsApp, pessoas que passam pela livraria podem ler o trecho de um livro infantil disponibilizado por eles, gravando suas vozes através do aplicativo e enviando para a instituição.

A Casa da Criança Santo Amaro pega então esses trechos e os transforma em um audiolivro colaborativo, que é diariamente disponibilizado para as crianças antes de dormir, que o escutam através de uma caixa de som.



quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Ana Virgínia Pinheiro, bibliotecária: ‘Os livros sabem que vão sobreviver a nós


Ana Virgínia, cuida dos livros raros da Biblioteca Nacional.
Foto: Gustavo StephanAna Virgínia, cuida dos livros raros da Biblioteca Nacional. - Gustavo Stephan

“Nasci em Botafogo. Sou divorciada e tenho dois filhos. Sou uma pessoa de origem pobre e surpreendo os pesquisadores que me procuram e imaginam outro biotipo. Fui a única da família a fazer faculdade. Minha primeira opção foi biblioteconomia. A segunda, arqueologia. Ofícios muito parecidos”

Conte algo que não sei.
Um livro do século XVI dura meio milênio. Um livro do século XX não chega a 100 anos. As bibliotecas do século passado estão morrendo. A gente nem abre os livros, para evitar o efeito cream cracker. Aguardamos uma tecnologia que os salve.

Como se sente cuidando de 100 mil livros raros?
Num sítio arqueológico. As pessoas não têm ideia do que há. Pesquisadores brasileiros vão à Europa buscar cópias de originais que temos aqui. Livros raros são obras de arte, e a expectativa que se tem de quem zela por esse patrimônio é que seja catalogado e descrito.

Você também caça livros?
Minha função é zelar, mas o zelo pressupõe descobrir, revelar, desvelar. A demanda do pesquisador desencadeia a caça. Tenho recebido pesquisadores helenistas que estão achando livros que podem mudar a história da literatura, da filosofia, e os pontos de vista que vinham amealhando na sua formação.

Pode dar um exemplo?
Havia um no acervo que estava lá, catalogado, e de repente emergiu: uma edição da “Divina proporción”, do padre e matemático italiano Luca Pacioli, do início do século XVI, que é ilustrado, simplesmente, por Leonardo da Vinci. São xilogravuras que fundamentaram as teorias de 3D. O pessoal de design, editoração e artes enlouqueceu. Há poucos exemplares no mundo.

O que mais você descobriu?
Nos armazéns achei uma coleção de folhetins pornográficos do final do século XIX. Compravam uma foto de prostituta francesa e desenvolviam uma história com sexo entre iguais, desiguais e até animais. O primeiro folheto homoerótico, o “Menino do Gouveia”, também está ali.

Como é a sua relação, digamos, pessoal com os livros?
Olha, eu tenho até medo de abrir algumas obras de centenas de anos. Dos efeitos colaterais. Dizem que o livro antigo fechado fica inócuo, mas sempre acho que pode ter veneno em pó. Ou efeitos na cadeia de memória, de emoções, da psique... Um dia puxei um livro e havia uma imagem de navio negreiro desdobrada. Os negros estavam distribuídos como em varais, e não em pé no porão. Eram arrumados por tamanho e compleição física. Como em prateleiras.

Fale mais desses temores.
Livros morrem. São como pessoas. Carecem de proteção. O trabalho que faço é tentar garantir que o livro de que cuido alcance a próxima geração. Para que sobreviva a ataques. Doenças. Que amadureça. Dê frutos. Sabem que vão morrer, mas que vão sobreviver a nós. Tenho uma teoria: não sou a guardiã deles. Sou usada por eles. Estão na expectativa já de quem me sucederá. Isso produz um encantamento. Tem que ter isso. Se não você vira uma carimbadora de papel.

Na Idade Média, se lia nos mosteiros. E hoje, onde estão enterrados os livros ocultos?
Coleções particulares. Elas preservam, mas o colecionismo é uma paixão que não impõe limites. O tráfico de obras raras hoje é o segundo ou terceiro. Perde para drogas e armas. As penas são menores.

Quanto valem?
Pego livros na BN que alcançam milhões de dólares. Um livro antigo entra no mercado não só pelo conteúdo, mas pela materialidade. Temos livros com gravuras de Rubens. Quanto está uma tela? Dependendo da raridade, do estado, da história, se foi proibido, o céu é o limite.