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sábado, 29 de junho de 2013

Aposentado do RN mantém em casa biblioteca com mais de 4 mil livros

José Pequeno RN
O aposentado José Pequeno de Sousa aprendeu a ler aos 39 anos de idade e nunca mais parou. Hoje, aos 81 anos, ele tem em casa uma biblioteca com cerca de quatro mil livros. Seu Zé é um colecionar de palavras que nunca acumulou bens materiais na vida, só conhecimento. Desde 1962 que esse paraibano de Campina Grande, não pensa em outra coisa, a não ser juntar livros na casa onde mora em Apodi, município a 320 quilômetros de Natal . Já são 50 anos de leituras e de inúmeras descobertas.

“É o conhecimento que a gente leva”, diz. Hoje, com a visão cansada, seu Zé já não lê como antes, mas a biblioteca particular continua crescendo. A pequena casa está entupida de livros, na última contagem eram 4 mil títulos devidamente organizados na sala, no armário da cozinha, em cima da bicicleta, sobre a mesa, onde tiver espaço sobrando tem livro ao alcance.

A esposa de José Pequeno, Maria Crisóstomo, apesar de viver numa biblioteca, nunca leu nada. Ela é analfabeta, mas diz que gosta da presença dos livros. “Eu acho muito bom porque é cultura. A casa fica animada, tem visita de pessoas que querem ver os livros”, diz Maria.

Na biblioteca de Zé Pequeno não existe seleção. De tudo tem. Enciclopédias, literaturas, manuais, no acervo é possível encontrar até guias para alunos de medicina. Ele não se importa de repartir o conhecimento dos livros que tem guardado, ele gosta de receber visita das pessoas interessadas em aprender. Mas tem um detalhe a pessoa tem que fazer a leitura na casa, sob a vigilância dele. Ele não empresta livro a ninguém.

“Eu tenho ciúme dos livros”, diz Seu Zé. Essa regra de não emprestar livros veio depois de algumas experiências desagradáveis. Certa vez, seu Zé emprestou um exemplar da biblioteca a uma pessoa que nunca mais voltou pra devolver. Mesmo sabendo que os livros não podem mais sair de casa, tem gente que ainda insiste em pedir alguns títulos emprestados.

Com tantos livros em casa, uma pergunta precisa ser feita: no futuro, quem vai ficar com esse acervo? A ideia é deixar essa responsabilidade nas mãos do único filho de Zé Pequeno, que hoje mora em Pau dos Ferros. Mas isso não é uma certeza. A biblioteca deve ficar com pessoas que gostem de ler, colecionar, preservar o conhecimento assim como seu Zé Pequeno vem fazendo ao longo de décadas.

sábado, 15 de junho de 2013

Site do ENANCIB 2013 no ar

O site do XIV Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação já está no ar, com várias informações disponíveis sobre o evento. Neste ano o ENANCIB acontecerá na cidade de Florianópolis, nos dias 29 de outubro a 01 de novembro de 2013, no Hotel Castelmar. As submissões de trabalhos estarão abertas entre os dias 03 de junho e 05 de agosto, com resultado previsto para 16 de setembro. 

Ler mais: http://www.deolhonaci.com/news/site-do-enancib-2013-no-ar/

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Já que os profissionais não fazem, um estudante faz! Estudante protesta contra falta de estrutura da biblioteca de Bayeux

Onde se encontra a biblioteca de Bayeux?
Meu nome é Erick José, estudo em uma das escolas públicas de Bayeux e, junto com amigos de minha escola fomos à biblioteca e ficamos decepcionados com o que vimos: Um acervo mal distribuído, desorganizado, montado em cima de escadaria e sem as informações fundamentais que existiam antes.
Tenho dois amigos universitários que estão preparando suas monografias e todo o dois tem como tema a apresentar fatos e focos sobre Bayeux: Política e desenvolvimento urbano. Como buscar informações sobre esses assuntos? Quem poderá ajudar esses universitários em suas pesquisas?
É triste e revoltante chegar naquela biblioteca e não encontrar alguém que possa informar sobre dados tão simples como: cultura, economia, folclore, meio ambiente etc.
Outros amigos que estudam em escolas particulares, em uma reunião que fizemos para buscar informações sobre Bayeux, disseram que foram a Secretaria de Educação e lá ninguém soube informar nada a respeito da nossa cidade e mandaram que procurasse a biblioteca. Que biblioteca? Aquela na escadaria onde uma menina levou uma queda ao tropeçar no degrau? É mesmo muito revoltante.
Aquelas informações que existiam logo ao entrar como: Mapa de Bayeux, Bandeira, hino e até mesmo as relações das ultimas eleições municipais, não existem mais. Hoje temos que ir para João Pessoa e lá pelo menos encontramos alguns livros que relatam a história de Bayeux, mas infelizmente as atendentes não tem conhecimento mais profundo do fato e ficamos a desejar.
Estamos nos prejudicando por falta de informações sobre vários assuntos e os professores estão cobrando. Mas como fazer se nem a Secretaria de Educação sabe?
E o pior, caros amigos estudantes do ensino fundamenta, médio e universitário, ainda estão dizendo que o prédio onde deveria funcionar a biblioteca, construído pelo Governo do Estado, será desviado para outro órgão.
É o cúmulo saber que um prédio edificado com estrutura destinada para arquivo, acervo literário, cabine de pesquisa, etc.; não se destinará ao seu propósito inicial. Como diz Boris Casoy: É uma vergonha!
Então nós estudantes de Bayeux perguntamos: O que vai funcionar no novo prédio? E para onde vai a “NOSSA” biblioteca? Nossa porque foi edificada com os pagamentos de impostos pagos pelos nossos pais. Portanto, podemos exigir.
Perguntamos ainda: Porque esta falta de respeito com o estudante de Bayeux? Porque não se valoriza biblioteca em nossa terra? O único órgão de pesquisa que nós temos vive sendo transportado de um lugar para outro, sem nenhum respeito com o usuário e sem nos dar qualquer tipo de informação sobre essas mudanças, obrigando-nos a sair pela rua perguntando: Onde esta a biblioteca? O pior: ninguém sabe responder.
Amigos estudantes, vamos reivindicar nossos direitos, vamos exigir nossa biblioteca, vamos exigir pessoas qualificadas que nos atenda com prestatividade e respeito e que nos ajude em nossas pesquisas e monografias. Vamos lutar pelo que é nosso.
Dê sua opinião! Levante essa bandeira!
Erick José

Maioria dos alunos de ensino médio tem acesso a biblioteca e Internet

Jornal do Brasil - 06/06/13

O Ministério da Educação (MEC) afirmou que, no ensino médio, 86,7% das escolas públicas brasileiras têm biblioteca; 92,2% têm acesso à Internet; 91,8% contam com laboratório de informática e 71,5% têm quadras esportivas. Em termos de matrículas, o ministério diz que 91,7% dos estudantes estão em estabelecimentos com biblioteca ou salas de leitura; 95,6% em estabelecimentos com acesso à Internet; 95,1% em estabelecimentos com laboratório de informática e 78,8% dos alunos em escolas com quadras esportivas.

Os dados fazem parte da resposta do MEC à matéria publicada pela Agência Brasil sobre o estudo "Uma Escala para Medir a Infraestrutura Escolar", que mostra que a maior parte das escolas brasileiras (84%) tem apenas uma estrutura básica e quase a metade (44%) conta apenas com água, banheiro, energia, esgoto e cozinha. Sobre a pesquisa, o Ministério da Educação diz que "o trabalho citado não reflete a realidade das escolas públicas brasileiras e sim a metodologia utilizada na elaboração deste".

Já no ensino fundamental, apesar de contestar o levantamento, os números enviados pela pasta não desmentem o estudo. Segundo o critério usado pelos pesquisadores, para ser considerada uma escola com estrutura adequada - um nível acima da estrutura básica - a escola precisa ter, entre outros itens, acesso à internet e biblioteca. O estudo mostra que mais de 44% das escolas da educação básica brasileiras ainda apresentam uma infraestrutura escolar elementar, apenas com água, banheiro, energia, esgoto e cozinha.

De acordo com o Censo da Educação Básica de 2012 - apresentado pelo MEC -, no Brasil 40,2% das escolas de ensino fundamental têm biblioteca ou sala de leitura; 42,6% acesso à internet; 44,1% laboratório de informática e 27,5% quadras.

No que se refere a matrículas no ensino fundamental, 73,6% dos estudantes estão em estabelecimentos com biblioteca ou sala de leitura; 79,5% das matrículas estão em escolas com acesso à internet; 76,9% dos estudantes têm acesso a laboratório de informática e 54,6% dos matriculados estão em escolas com quadras esportivas.

Entre as escolas particulares, a pesquisa aponta que a maioria (58,4%) têm uma estrutura básica, com apenas água, banheiro, energia, esgoto, cozinha, sala de diretoria e equipamentos como TV, DVD, computadores e impressora.

A presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, diz que o número é uma média que inclui centros de ensino em regiões bastante pobres do país, mas que não são a maioria. Segundo ela, casos isolados de escolas pequenas acabam aumentando a porcentagem. "As escolas [privadas], no geral, têm uma estrutura grande, confortável, têm biblioteca, quadra de esporte, sala de informática. Caso isso não seja oferecido, não se consegue nem abrir uma escola", diz.

Um aplicativo que transforma a leitura digital em uma atividade social

O aplicativo Dotdotdot imagina seus usuários como um grande grupo de discussão em volta de um livro, focando sua interface em apenas uma função: a leitura, e tudo o que vem com ela.

Instapaper e Readability encontraram sucesso ao focar na necessidade de salvar um artigo online para ler depois, em outro lugar. Porém, essa simplicidade sempre é um pouco atrapalhada pelos anúncios, pelos botões de compartilhar no Facebook e outras distrações que desfocam a leitura.

Isso não é o que acontece no Dotdotdot, novo aplicativo para iOS. Ao invés de duplicar a experiência de ler um livro em uma tela, o app está unindo a conectividade do compartilhamento social para todos os tipos de leitura digital – e-books, textos salvos da web, blogs, revistas digitais, etc. Enquanto isso soa como uma experiência complicada e mais distraída ainda, o sistema está organizando e tentando melhorar o que a leitura online já é.

Dotdotdot é uma ferramenta que torna o ato de ler mais social, através do compartilhamento de textos grifados, notas e comentários com os amigos e sua rede de contatos, transformando suas anotações em documentos organizados e visualmente agradáveis – que inspiram o compartilhamento, a releitura e novas anotações.

O aplicativo escaneia a ponta do dedo do usuário para grifar aquilo que ele indica. E, quando dois amigos estiverem lendo o mesmo livro ou artigo, o serviço irá compartilhar suas reações à leitura um com o outro, em tempo real.

Dotdotdot é gratuito e pode ser baixado em https://www.dotdotdot.me/

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Ler para quê?


Ler para quê? Essa indagação parece estar implícita nos olhos daqueles que observam os amantes da leitura. Como entender essas criaturas que andam com livros nas mãos, na bolsa, no carro, na mochila, que conseguem ler enquanto esperam na fila, na sala de espera de algum consultório, no ônibus, no metrô, em meio ao barulho das conversas, das risadas, das músicas diversas que tocam nos celulares? Como explicar a atração que a vitrine de uma livraria exerce sobre esses seres, fazendo com que eles adentrem no estabelecimento olhando os livros como se os estivessem vendo pela primeira vez, tocando, folheando, respirando o ar impregnado de celulose e letras, cheio de promessas e imaginação e lá passando horas preciosas que poderiam estar sendo utilizadas em outra atividade?

E como esclarecer a expressão de prazer que se estampa em seus rostos quando se deparam com um semelhante, frente a frente, como num espelho, e descobrem as leituras em comum, discutindo-as em todas as suas nuanças até a exaustão, que parece nunca chegar (e nunca chega mesmo)? Como colocar em palavras a emoção de ouvir “O Cajueiro” de Rubem Braga sendo recitado, e sentir que o tempo passado é algo tão relativo quando o olhamos de frente?

Não sei se eu poderia responder isso sem parecer tendenciosa, visto que eu também sou uma dessas criaturas. Sim, confesso e proclamo minha dependência da leitura. Confesso que só durmo com um livro à cabeceira, mesmo em viagens, nos quartos de hotel, e raras são as noites em que adormeço sem que meus olhos passeiem por suas páginas até que o cansaço comece a trocar a ordem das letras.

Confesso que não passo um mês sequer sem adquirir novos livros, e por vezes compro até mesmo os que já li, pelo prazer de tê-los por perto quando tiver vontade de voltar ao seu mundo. Confesso ainda que já não tenho mais espaço nas prateleiras e se isso é uma angústia que me consome é, concomitantemente, uma alegria imensa porque me sinto completa e absolutamente cercada de amigos a quem posso recorrer a qualquer instante. Também confesso que já tirei nota baixa na faculdade por não consegui parar de ler uma boa história e estudar e que já abandonei outras por não conseguir encontrar nelas o viscomístico que prende o leitor.

Volto à pergunta do início: então, para quê ler? Para aprender, para conhecer, para entreter, são as respostas mais comuns. Mas lê-se também para despistar a saudade, para esquecer a ausência, para afastar a solidão, para sentir-se vivo, para enxergar pelos olhos do outro, para compartilhar momentos, para dividir aflições, para deslumbrar-se. Lê-se para entregar-se plenamente ao encantamento lírico da linguagem, para ser arrebatado de corpo e alma para além do seu universo. Lê-se para si e para os outros, em silêncio ou em voz alta, para deleite ou passatempo, lê-se,enfim, para tornar a vida mais poética.