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domingo, 12 de outubro de 2014

Dia da Leitura: Amantes dos livros podem achar exemplares de R$ 1 a R$ 5 mil em João Pessoa

Portal Correio
Leitura está se expandindo na Capital
A leitura que se manifesta e se expande. Rompe as barreiras e adentra as ruas, praças e ônibus. Qualquer lugar público pode virar um portal para um novo universo, embalado pela companhia dos livros. Em João Pessoa, seja no Dia Nacional da Leitura (12), ou em qualquer ocasião, não é difícil encontrar pessoas que mostrem como a leitura está se expandindo a cada dia.
Sabrina Kelly, 17 anos, conta que não consegue mais andar pela cidade sem carregar alguma obra literária. “Não tenho um lugar certo para ler. Quando estou indo para qualquer lugar, a primeira coisa que faço é abrir meu livro. Muitas vezes a viagem é chata, mas com a leitura eu nem vejo o tempo passar. Além disso, eu percebo que hoje escrevo e me expresso muito melhor que antigamente”.
Segundo a estudante, a paixão pela leitura começou pela insistência de uma amiga. Fã da série de romances ‘Fallen’, da autora americana Lauren Kate, Sabrina diz ainda que a falta de boas bibliotecas é algo que prejudica muitos estudantes que buscam pelos livros e não têm condições financeiras para adquiri-los. 
Na falta de bibliotecas, livrarias e sebos são procurados por quem deseja ler em um ambiente tranquilo

Apesar de se observar o interesse de uma parcela significativa de pessoas em acompanhar obras literárias, o brasileiro lê, em média, de três a quatro livros por ano, enquanto a média entre os países europeus chega a oito anualmente.
É o que revela a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada na 11ª Feira do Livro de Joinville (SC), pela palestrante e escritora a escritora Maria Antonieta da Cunha. O preço seria uma barreira, mas não deveria.
Em uma livraria localizada em um shopping de João Pessoa, os preços de exemplares variam entre R$ 9,90 e R$ 460. O público que mais procura o espaço é formado por adolescentes. Naiara Santos e Pedro Silvestre, 14 e 15 anos respectivamente, sempre frequentam o local em busca de novas histórias e preços acessíveis. Pedro conta que não tem autor preferido. Para ele, a obra tem que ter uma boa história. “Pra mim, o gênero tanto faz, se o livro for bom a gente leva, disse ele.  
Admiradora de romances, Naiara diz que a capa influencia muito na hora de comprar, os preços variam bastante e o importante é pesquisar. “Há livros que são muito caros, a gente olha e se assusta com preço, mas têm muitos outros que o preço está bom; tem que pesquisar”.  
O jornalista e escritor Mélchior Machado lamenta a falta de acessibilidade aos livros. Ele reconhece que o interesse pela leitura depende de vários outros fatores, mas diz que os valores cobrados por exemplares de literatura deveriam ser reduzidos. 
“Levar literatura para todos demanda uma mudança estrutural na educação, mas, de qualquer maneira, eu acho que poderíamos tentar baratear o preço dos livros, que ainda é muito caro para a maioria das pessoas. Até porque a leitura é fundamental para o crescimento das pessoas. Na experiência que eu tenho, percebi que todos aqueles que leem acabam atingindo mais rapidamente os seus ideais e constroem seu futuro de maneira mais firme”, defende.
Preços altos são empecilhos para aquisição de novos exemplares de literatura
Foto: Preços altos são empecilhos para aquisição de novos exemplares de literatura
Créditos: Portal Correio
Uma alternativa para leitores que buscam apreciar bons livros, com preços acessíveis, são os sebos, que muitas vezes vendem obras pela metade do preço. Nas prateleiras, podem ser encontrados tanto exemplares novos quanto usados. Em um desses estabelecimentos, no Centro de João Pessoa, é possível encontrar mais de 3 mil livros, só no acervo digitalizado. Os preços vão de R$ 1, pago por uma literatura de cordel, até R$ 5 mil, para que o leitor adquira um romance raro, escrito em alemão gótico. 
Nos sebos também são disponibilizadas áreas voltadas para a leitura. Para o contabilista Rafael Freire, espaços públicos destinados à leitura deveriam ser montados em diversos pontos da cidade. Ele acredita que as bibliotecas existentes na cidade não atendem a demanda da população de maneira satisfatória. “Sinto falta de um espaço com livros bons e atualizados. Isso não tem aqui em João Pessoa”. 
Contabilista diz que não costuma frequentar bibliotecas porque sabe que não encontrará livros atualizados
Foto: Contabilista diz que não costuma frequentar bibliotecas porque sabe que não encontrará livros atualizados
Créditos: Portal Correio

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